segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"Felicidade se encontra em horinhas de descuido"...(JGR)

Dia 11 de novembro de 2002, nasceu Robson, o nosso Robinho! Dia 24 de abril deste ano(2008) ele passou a morar conosco. Semana passada portanto, ele fez seu primeiro aniversário com a gente! Que trabalheira deliciosa! E isto porque decidimos fazer na escola (o que deixa a festa mais fácil)! Mas como é gostoso ser criança...morri de saudades da minha infância, vendo aquela bagunça toda!

O mais legal desta semana que passou foi que no dia 12, na quarta-feira, um dia depois do aniversário, foi a audiência de adoção do Robinho! Eu estava muito nervosa, apesar de já saber que o processo estava indo bem e que o parecer da adoção era favorável a nós! Fui do casal a escolhida pelo Juiz a responder as perguntas. Mas havia um defensor público na audiência, que de maneira "descolada", tentava "quebrar o gelo" do processo, dizendo que estava tentando questionar a adoção mas estava sendo impossível. E após todo o questionamento do juiz, o defensor arranjou algo a me questionar: o fato de termos apenas um contrato de união estável, e nunca termos nos casado. Ele me perguntou o que tinhamos contra a nos casarmos!! Olhei para o Zé e pensei, não conseguirei omitir o que penso. Bem honestamente disse ao juiz: Não tenho nada contra o casamento, se precisasse para adotarmos Robinho assim o faríamos. Mas como convicção ideológica, sempre achei que o que deve manter o casamento é o amor, e que eu não deveria submeter meu sentimento ao Estado!

Zé olhou para baixo disfarçando e nosso advogado perguntou logo em seguida para eu dizer ao juiz quais eram as atividades semanais do Robinho desde que ele foi morar conosco....Enfim, depois da audiência que terminou bem, rimos do acontecido, já que eu estava no lugar de controle do Estado dizendo que "dava uma banana para ele" em se tratando de minha vida afetiva!

Agora em se tratando do processo de adoção, estávamos apresentando o que era necessário (como o contrato de união estável) e a exigência da pergunta, ou qualquer coisa que pudesse ser questionada, baseia-se sempre numa visão conservadora do que deve e como deve ser uma família.

Meu filho passou quase um ano e meio num abrigo. Depois que o conhecemos e decidimos pela sua adoção, soubemos tempos atrás que uma tia por parte de pai estudou entrar na justiça pedindo sua guarda. Enquanto ele vivia no abrigo (o que ele odiava) estava tudo bem. Quando demos um lar, alguém da familia se incomodou e ai pensou em se mobilizar para a adoção. O parecer foi favorável a nós, mas poderia não ter sido assim. Meu filho nunca requisitou-me visitar a família e nem expressou saudades por ninguém. Nem consigo imaginar o que seria para ele ter que nos deixar. Para mim seria como arrancar um pedaço de mim.

Espero que exemplos como meu se multipliquem. Adotar não é um conto de fadas mas também não é um trauma e nada difícil de se viver. É experimentar dar amor a alguém que já vem disposto a amá-lo. Nunca recebi tanto carinho de alguém como de meu filho. Robinho me ensinou que a vida pode ser muito dura, mas que vale a pena lutar e amar, sempre!

Parabéns meu filho, pela conquista de seus seis anos de vida!

Um comentário:

dri disse...

Oi Paula... sua mamãe passou seu endereço e cá estou eu compartilhando sua vida... espero que não se importe. Você tem razão... uma vez ouvi algo lindo num casamento: "o que sustenta uma união, não são os lábios unidos, mas os joelhos dobrados". Um casamenteo vai além de uma visão idealizada e romântica ou de imposições...