segunda-feira, 11 de junho de 2012

Gota d’água

 
Uma última gota
E meu amor transbordou
Na poça do tempo
Vejo o reflexo do seu beijo
Seus braços macios como um lenço
Entrelaçam nosso som sem cor

O amor vem de visita
Deixa flores, deixa vida
E da janela entra a briza
Do copo d'água nada sobrou

Uma última gota
E seu amor evaporou
Das lágrimas no queixo
Sinto o ácido do seu jeito
Meus dedos trêmulos como pêndulo
Embalam nossa noite sem pudor

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Só frases curtas!

Super sem tempo para escrever textos maiores...então passo para avisar que estou usando mais o facebook agora, e vocês podem me achar lá por Ana Thé!
beijos

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pois é, não tenho aguentado muito nada não...
Não posto nada desde de julho aqui, por conta de viagens, depois retorno universidade com várias aulas a repor, um calor absurdo, um tanto de coisas irritantes nos meandros burocráticos e institucionais do serviço público em todas as esferas, principalmente nas estadual e federal...
depois é a falta de grana, o serviço médico que mesmo você pagando é uma verdadeira "bos..." e o pior, é as vezes se sentir culpada por reclamar tanto e ter gente, muita gente mesmo, numa situação muito pior...não sei como o povo aguenta tanto, como ainda não virou uma grande bárbarie, as vezes fico tão irritada que começo a pedir por isso...

Eu to com vontade de cantar aquela musica da Lily Allen: Fuck You para um monte de gente!
(desculpa mãe e pai, mas nem sempre dá para ser educada!!!!)

Vai então um pedacinho dela:

Fuck you (fuck you)
Fuck you very, very much
Cause your words don't translate
and it's getting quite late
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you

(Lily Allen)

Afe, desabafei! Vou aguentar um pouco mais! Thé a próxima!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ramucasadiró!

Car@s,


Esta pequena mensagem é para partilhar que estamos super felizes nos novos "ares" de moradia. Hoje sou uma paulistana da Mooca, mas criada na zona sul subúrbio de sampa (na Cidade Ademar, mais precisamente, perto da Casa Palma...velhíssimos tempos!), morando em Montes Claros, a capital Norte Mineira. Depois de uma temporada de quatro anos em Pirapora, nas barrancas do velho chico - quem me conhece bem deve se perguntar como consegui viver tantos anos numa pequena cidade de 50 mil habitantes - agora estamos numa cidade que em algumas coisas se lembra muito com o lugar onde estudei e passei uma década da minha vida, São Carlos, a Ilha da Fantasia da juventude universitária paulista. Aqui também tem muitas universidades, a maioria privada, mas as publicas crescem e isto estimula a vida cultural mais criativa, para além do Axé e Sertanejo massificado. Sim porque aqui, do ladinho da Bahia, é uma Minas...ou melhor, é a Gerais que gosta de queijo e de pão de queijo mas tem a carne de sol, o feijão tropeio e o arroz com pequi como a tradição e se fala bem arrastadinho, comendo as palavras, com um jeito já bem baiano. Para entender melhor:


- Arretada!!!! vc diz quando acha algo bem massa!

- Mooooooço!! vc diz quando quer chamar atenção de alguém para vc, seja homem ou mulher.

- Tô rompendo, ou vô rompendo!, quando vc quer dizer que está indo embora, é aquele vô chegando de alguns paulistas...

- "Ramucasadiró"? Não entendeu? vc fala assim quando quer dizer: Vamos na casa de Ró?


Então, rompi para o cinema estes dias, e assisti "Che" parte 1 aqui...amei, adorei! Foi no cinema de um shopping galeria bem "arrumadinho", mais de comida e lazer do que de loja, que tem aqui em MOC - como nós paulistas ou outros "chegantes" nos referimos a Montes Claros. Terminei a noite tomando uma cerveja "Pale Ale" rememorando o filme com o marido, num café bem charmoso. Ah, sim, as barrancas do "Velho Chico" são lindas, mas que saudade que eu estava desta boêmia mais cosmopolita! E viva o cinema! E Viva Che, hasta la vitoria, siempre!


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sem demora, In Memorian de Vanessa "Pedrinha Azul"

Sem demora

 

                   (Por Ana Thé, 18 de junho de 2009, Montes Claros)


Sem demora

Corro nos caminhos

Sacudo meus cabelos

Esbanjo meu sorriso

Xingo os que me chateiam


Sem demora

Descubro amizades

Enlouqueço com amores

Sonho com romances

Festejo a liberdade


Sem demora

Comemoro os segundos

Me delicio com cada dia

Me lambuzo com alegrias

Deixo minha marca na Vida!


Sem demora, 

Parto sem poder voltar

Pelo destino da minha jornada

Ensinando aos outros

Que o tempo não existe.


Para Vanessa "Pedrinha Azul"

1989-2009


terça-feira, 12 de maio de 2009

Aos poetas noturnos, poesia!

Canção de alta noite

Cecília Meireles


Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.

Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.

Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.

Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.

Andar... Perder o seu passo
na noite, também perdida.

Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.

Andar... - enquanto consente
Deus que a noite seja andada.

Porque o poeta, indiferente,
anda por andar - somente.
Não necessita de nada.

sábado, 9 de maio de 2009

Uma mensagem diferente para o dia das Mães!

Recebi de uma grande e querida amiga, a Yuri, e compartilho aqui com vocês.


Maternar,
Uma Questão Cultural

Haidi Jarchel

No mês de maio celebra-se o Dia das Mães na cultura ocidental. A mídia se encarrega de propagar este dia por todos OS lados e o comércio espera ansiosamente por esta data. Vocês sabem a origem deste dia? Desde quando se celebra e por quê?

Em nossa cultura ocidental herdada e influenciada parcialmente por brancos europeus, recebemos valores patriarcais, onde homem e mulher têm papéis e espaços diferenciados a partir de uma hierarquia, cuja "cabeça" é o homem. Às mulheres cabia o espaço DA Casa e o cuidado dos filhos predominantemente. Este esquema foi parcialmente rompido em algumas etapas DA história e em algumas regiões. O papel de mãe tem oscilações na história.

Sublinho estas diferenças culturais, porque "ser mãe" e "maternar" (cuidar das/dos filhas e filhos) são diferentes de cultura para cultura. Em sociedades indígenas e africanas, por exemplo, a maternagem é mais coletivizada, não recaindo toda a responsabilidade apenas para a mulher que pariu as crianças. Divide-se a responsabilidade deste ato cultural entre as mulheres ou também entre OS homens. Criar e educar filhas e filhos é um ato cultural! Na sociedade ocidentalizada e moderna, desde o início do capitalismo, este ato cultural ficou totalmente reduzido à mulher que pariu e se tornou um fardo pesado e desumano. Maternar durante 24 horas, durante vários anos, esgota as energias de uma mulher que se dedica ininterruptamente a esta tarefa.

Este jeito de ser mãe que conhecemos como o "modelito" em nossa sociedade moderna coloca esta tarefa como "dom" natural das mulheres, como se em todos OS quatro cantos do mundo e em toda a história fosse desta forma. Esta compreensão foi reforçada no final DA segunda guerra mundial e a "valorização" das mães, juntamente com o "Dia das Mães" vem desta data, declarado no princípio dos anos 40 deste século, na Europa, por países envolvidos na segunda guerra mundial. Pretendia-se, com essa valorização DA maternidade, levar as mulheres a assumir seu velho papel de dona-de-Casa e mãe dedicada, reajustando novamente o papel de mulheres e homens pelo padrão patriarcal. Este papel romantizado de mãe foi reforçado pela psicologia pós-guerra, trazendo Grande culpa para as mulheres que se afastassem de seus filhos para trabalhar for a de Casa. A psicologia DA culpa que tanto conhecemos... Este papel romântico de mãe nunca funcionou com mães empobrecidas no Brasil e em outros países, as quais sempre tiveram que trabalhar for a de Casa para sustentar OS seus filhos.

Sabendo DA história desta data e DA atual situação DA maioria das mães brasileiras temos pouco motivo para celebrar este dia... Creio que precisamos resignificar este dia para nós! Podemos tornar este dia num dia de reflexão, de protesto, de silêncio, de memória das tantas mães que morrem no parto, enfim, algo que possa desmascarar as motivações DA criação deste dia e de como esta data é explorada pelo comércio. Ser mãe nessa sociedade não tem nada de romântico! A maternidade pode ser um ato de amor ou desamor também, acrescido de muito trabalho, de muitas horas extras, de muita solidão... Esse jeito de ser mãe nesta sociedade sacrifica as mulheres, porque está apoiado num modelo de maternagem muito solitário, individualista e egoísta.

A concepção de maternidade nas culturas arcaicas andinas (AL) é compreendida a partir DA Mãe-Terra: PACHAMAMA. Um modelo de maternidade integrador com todos OS elementos criados, em equilíbrio, como fonte de criação, de vida plena, de vida fluindo e se transformando e se misturando com o todo, de tal forma que não se distingue a criação DA criadora, porque tudo esta integrado e interdependente do todo.